Por que medir?
Neste primeiro post trago um indicador muito importante, mas pouco conhecido / utilizado chamado BTS (Build to Schedule). Esse indicador mede o quão bem a planta executa o planejamento. Trago esse indicador pois ele é extremamente dependente de sistemas MOM e APS. Apesar de ser possível calcular de forma manual, na prática é muito difícil manter sua medição sem sistemas que o suportem.
O sequenciamento de produção alinha o uso dos recursos de produção à demanda e a medição da execução da sequência verifica o quão bem eu utilizo esses recursos. Muito se fala em OEE no contexto de fábrica, mas o BTS vai um passo além do OEE e ele é um grande aliado nas empresas que desejam reduzir seu estoque sem afetar seu OTIF. O BTS é a visão da performance da planta para a empresa e o OTIF a performance da empresa para o cliente.
Definições
“Build to Schedule (BTS) é o percentual de produtos planejados no dia que foram produzidos no dia e na sequência correta. O BTS reflete a habilidade da planta de produzir o que o cliente quer, quando ele quer e na sequência que ele precisa.
BTS % = a * b * c
Produto
Produto final: é o produto que é expedido da planta.
Produtos Internos: itens semi acabados que estão em processo de transformação para formar um produto final.
O BTS DEVE SER MEDIDO PARA - Todos os itens finais - Todos os semi acabados que façam sentido para o negócio |
BTS para produtos serializados “Lote de Um”
Uma sequência de produtos de lote único é definida por produtos de identificador único e cada unidade de produção é sequenciada individualmente.
Exemplo de medição do BTS
Analise:
- Volume: O volume produzido foi acima do planejado, porém isso pode ocasionar problemas de espaço para estocagem e pode não ser benéfico. Para o indicador esse volume excedido não bonifica o indicador.
- Mix: Nessa sequência observamos que foram produzidos itens em atraso e itens adiantados. Diversos fatores podem ter ocasionado o problema como falta de matéria prima, problemas com ferramental, MO dentre outros. Isso impacta na entrega da demanda para o cliente na data prometida e penaliza o indicador.
- Sequência: É permitido pular a sequência, mas ao retornar à sequência original o item não deve ser contabilizado como na sequência correta. Itens adiantados podem ser benéficos para o cliente final, mas atrasos não são permitidos.
BTS para produtos NÃO serializados
Para produtos não serializados temos 4 possibilidades:
- Produção de itens contra uma ordem de fabricação no mesmo recurso / processo de manufatura.
- Produção de itens sem uma ordem de fabricação no mesmo recurso / processo de manufatura.
- Produção de item único modelo em processo contínuo.
- Produção de itens em uma área com vários recursos para o mesmo processo de manufatura.
Caso 1 - Exemplo de medição para produção CONTRA uma ordem de fabricação no mesmo recursos / processo de manufatura
O cálculo do Volume se dá de forma direta:
Para calcular o mix produzido consideramos a menor quantidade dentre o planejado e executado conforme tabela abaixo:
Para calcular a sequencia verificamos a sequencia das ordens de fabricação mesmo que o item da sequência seja o mesmo conforme tabela abaixo:
Sendo assim o cálculo do BTS fica:
Caso 2 - Exemplo de medição para produção SEM uma ordem de fabricação no mesmo recursos / processo de manufatura
O cálculo do Volume se dá de forma direta:
Para calcular o mix produzido consideramos a menor quantidade dentre o planejado e executado conforme tabela abaixo:
No cálculo da sequência o resultado será sempre 100% pois os itens não têm ordem de fabricação. No exemplo mostrado temos apenas dois itens mas se tivéssemos mais itens repetidos não teríamos como saber se a sequência foi trocada pois os itens não tem ordens de produção.
Caso 3 - Exemplo de medição para produção de item único modelo em processo contínuo.
Esse é o caso mais simples de cálculo de BTS onde a única maneira de impactar o indicador é produzindo abaixo do volume planejado.
Caso 4 - Exemplo de produção de itens em uma área com vários recursos para o mesmo processo de manufatura.
Neste cenário temos um grupo de recursos que conseguem executar o mesmo processo. As ordens de fabricação são disponibilizadas para o grupo de maquinas.